As inquietações e a forma ansiosa de compartilhar seu olhar com o mundo não se tornaram uma marca por acaso do bailarino e coreógrafo Bruno de Jesus. Soteropolitano, intenso na alegria e na melancolia, faz da poesia do corpo que dança sua comunicação maior. Com formação em dança moderna, dança afro-brasileira, dança contemporânea e sua referência ancestral vem descobrindo um jeito particular de mover, dançar, escrever no espaço-tempo de forma poética. Despido de si mesmo vem percebendo a diversidade dos corpos diferentes como ferramenta para experiências em dança. Associa objetos, temas de relevância social aos corpos dançantes com seus conceitos próprios e comuns numa proposta ceno-coreográfica, apresentando uma estética peculiar na dramaturgia de suas criações. Formado pela Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia e pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, iniciou sua trajetória artística em projetos sociais, fazendo oficinas de teatro e dança, subindo ao palco para dançar, cantar e atuar.
Um dos fundadores da ExperimentandoNUS Companhia de Dança, atua desde o surgimento e é responsável pelo repertório de mais de seis espetáculos em sete anos de grupo. Com uma trajetória de mais de nove anos de desenvolvimento em dança, atuou como bailarino e criador na companhia folclórica IbáKilombo, Attomos Cia de Dança, espetáculo como Looping, de Rita Aquino, Felipe Assis e Leo França; TodoMenino é Um Rei, de Marilza Oliveira, ecoreógrafos como Anderson Rodrigo, Jorge Alencar, Jorge Silva, João Lima, entre outros.
Assinou a coreografia e direção do espetáculo Mistura Brasileira, da CDRS Companhia Rodas no Salão, com atletas dançarinos cadeirantes – Festival Orphèe, em Versailles (França - 2011).
Em 2013, cria o espetáculo RAIMUNDOS, uma homenagem aos 50 anos de carreira do percussor da dança afro-brasileira na Bahia, Raimundos Bispo dos Santos, conhecido como Mestre King. Espetáculo premiado e que integrou a programação de Festivais no Brasil, como Festival Internacional Vivadança, Festival de Dança do Litoral Oeste do Ceará, Jornada da Dança na Bahia. Como desdobramento do espetáculo, assina a direção do documentário sobre a vida do Mestre King intitulado " RAIMUNDOS: Mestre King e as figuras masculinas da dança na Bahia". Participou do Curta metragem documental da encouraçado Filmes que discute a presença negra na arte contemporânea e Filme documentário Revolta dos Búzios. Interessado no processo de formação, produção e criação em dança, atua como educador no semiárido baiano, na cidade de Tremedal criando o grupo infantojuvenil Piradança do Instituto Adelmário Pinheiro. Participou ainda do I seminário de Criação em Dança, integrando a oficina nacional de dança com parceria da Escola de Dança UFBA e Fundação Cultural do Estado. Também coordenador de Produção do AbriU Dança na Bahia Idealizado pelo artista da dança Anderson Rodrigo.
Antropofágico, engole-se também a cada processo coreográfico, dividindo o fazer dança com cada parceiro, cada bailarino, proporcionando relações reflexivas, coletivas e de pertencimentos. Investigando e descobrindo a cada dia que quanto mais se caminha menos se conhece o mundo, excitando-se a cada respiração, cada movimento, cada conhecimento e reconhecimento do corpo e suas complexidades. A dança como escamas, como uma penetração hipodérmica, como o fazer do agora, do antes e do que está por vir.